Hoje faz 1 ano que eu recebi o melhor presente que eu poderia ganhar da minha vida, a presença de dois meninos lindos e cabeludos, que resolveram participar presencialmente da nossa vida muito antes do esperado.
Mal sabia eu que dali 10 dias um deles iria deixar meu coração em pedaços e que antes mesmo que pudesse se recuperar, mais 40 dias, aconteceria o mesmo com o outro.
Heitor nasceu com 840g, às 06:16h, no dia 07/12/2010. Durante os 10 dias que ficou conosco superou cada expectativa de melhora, arregalando olhos de médicos frente à sua recuperação. Heitor foi meu bravo e valente filho mais velho. Faleceu dia 17/12/2010 por volta das 17h.
Pietro nasceu com 930g, às 06:19h, no dia 07/12/2010. Durante os 50 dias que ficou conosco nos mostrou que mesmo caminhando com passos mais discretos é possível chegar aos nossos objetivos e mostrar como somos especiais. Pietro foi meu dengoso e sorridente filho mais novo. Faleceu dia 26/01/2011 por volta das 21h.
Hoje era pra ser um dia completamente diferente, era pra eu estar entupindo meus pequenos de beijos pelo 1o ano de vida, cantando parabéns o dia inteiro, e pensando em que presente dar pra esses 2 gostosos... Mas sei que ele vai ser um dia de choro, de visita ao cemitério, de beijos imaginários e parabéns só na minha cabeça...
Heitor e Pietro, a mamãe ama vocês mais que tudo nessa vida... Foi um ano difícil, cheio de altos e baixos mas quando eu olho pra trás, eu não me arrependo de nada, pois tive a chance de vocês terem feito parte da minha vida, por menos tempo do que eu sempre sonhei, mas mudaram completamente a minha vida.
Tento seguir a minha vida, mas saibam que eu não passo 1 dia sem pensar em vocês, que às vezes temos um dia difícil e outro mais fácil, mas que sempre estarão na minha mente, na minha alma, no meu coração e na minha pele.
Parabéns aos meus guerreiros e anjos, que aguardo ansiosamente o dia de reencontrá-los.
Também deixo um desabafo que a gente acaba ouvindo as vezes, e mesmo sem ser intencional machuca!
- Mas você é nova: O fato de eu ser nova não faz com que a dor de perder meus filhos seja menor, e não faz com que o fato de novas tentativas sejam mais fáceis (sim, novas tentativas, pois para aqueles que não conhecem nossa história, nós precisamos de tratamento pra engravidar, e o Heitor e o Pietro vieram apenas na nossa 4a tentativa - mesmo eu sendo nova).
- É assim mesmo (quando ouço comentários de mães que passam por alguma situação difícil com seus bebês): Eu sei como é! Apesar de ter sido pouco tempo que meus filhos estiveram comigo, foram no total 50 dias de UTI. 50 dias de acordar todo dia e não saber o que esperar, de eles estarem bem de manhã e a tarde estarem mal. 50 dias de total incapacidade como mãe, de não poder fazer nada pra que eles pudessem ficar melhor. 50 dias que eu não pude amamentar, mas sim eu sei como é desgastante ficar 40 minutos tirando leite na bomba do hospital, a cada 3 horas, na esperança que um dia eles pudessem mamar aquele leitinho. 50 dias em que cabem nos dedos de 1 mão as vezes que segurei meus filhos no colo (se tanto por 5 minutos).